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Steel Frame vs Alvenaria: o comparativo definitivo para o mercado brasileiro
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Análise

Steel Frame vs Alvenaria: o comparativo definitivo para o mercado brasileiro

Dados concretos, números atualizados de 2025 e análises técnicas baseadas em normas ABNT

Equipe Técnica Berkahn15 de janeiro de 202525 min de leitura

Introdução

O Brasil enfrenta desafios únicos na construção civil: escassez crescente de mão de obra qualificada em alvenaria (com idade média dos pedreiros ultrapassando 45-50 anos), pressão por sustentabilidade, demanda por prazos mais curtos e necessidade de previsibilidade orçamentária. Neste cenário, a comparação entre Steel Frame e Alvenaria deixou de ser meramente técnica para se tornar estratégica. A alvenaria convencional representa o sistema construtivo mais estabelecido do país, com rede de fornecedores em cada cidade, conhecimento técnico disseminado e aceitação cultural consolidada. Em contrapartida, o Steel Frame — sistema de construção a seco com perfis de aço galvanizado — oferece ganhos mensuráveis em velocidade, sustentabilidade e precisão construtiva, embora ainda enfrente barreiras de custo inicial e disponibilidade regional.

Principais Indicadores

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%

Redução no prazo

vs alvenaria

0

x

Mais leve

estrutura LSF

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%

Economia de água

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%

Desperdício LSF

vs 30% alvenaria

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+

Anos de vida útil

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%

Crescimento 2023

Tempo de Construção

O prazo de execução representa uma das diferenças mais impactantes entre os dois sistemas. Para uma casa de 100m², o Steel Frame entrega a obra em 3 a 4 meses, enquanto a alvenaria convencional demanda 6 a 12 meses — uma redução de 50% a 70% no cronograma. A velocidade do Steel Frame deriva de três fatores técnicos: primeiro, os perfis chegam prontos da fábrica, com cortes precisos e furações pré-determinadas; segundo, o sistema de construção a seco elimina o tempo de cura do concreto e argamassas (na alvenaria, cada concretagem exige 7-28 dias de cura); terceiro, diversas etapas podem ser executadas simultaneamente. Chuvas intensas podem paralisar uma obra de alvenaria por dias ou semanas, afetando a cura do concreto e impossibilitando trabalhos com argamassa. O Steel Frame, por ser construção a seco, sofre impacto mínimo — a montagem continua normalmente exceto em condições extremas.

Comparativo de Prazos por Etapa (dias)

Custo Total de Investimento

A análise de custos entre os dois sistemas é mais complexa do que a simples comparação de preço por m². Os dados do Índice Arquitecasa Steel Frame (janeiro 2025) e do CUB/SINDUSCON revelam faixas que se sobrepõem significativamente. À primeira vista, o Steel Frame parece mais caro. Porém, a análise deve considerar custos indiretos e economia ao longo do ciclo de vida. A estrutura em Steel Frame pesa aproximadamente 250 kg/m², contra 1.250 kg/m² da alvenaria — cinco vezes mais leve. Isso permite fundações mais simples (radier) com economia de 30% a 75% nesta etapa. O Steel Frame gera desperdício de apenas 1% a 3% dos materiais, contra até 30% na alvenaria convencional. O prazo reduzido significa menos meses pagando aluguel de equipamentos, menos custos com segurança de obra, menos consumo de energia e água no canteiro.

Análise Detalhada de Custos

R$

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Custo médio/m²

Padrão médio 2025

0

%

Economia em fundação

vs alvenaria

0

%

Desperdício de materiais

Investimento inicial mais alto compensado por economia operacional e velocidade de execução. A fundação mais leve (radier) reduz custos significativamente, e o desperdício mínimo de materiais impacta positivamente o orçamento final.

Item% do Orçamento
Fundação8%
Estrutura LSF22%
Fechamentos18%
Instalações12%
Acabamentos30%
Projetos10%

Evolução de Custos Médios (R$/m² - Padrão Médio)

Sustentabilidade e Impacto Ambiental

Os dados de sustentabilidade revelam diferenças expressivas entre os sistemas. A construção civil brasileira gera 48 milhões de toneladas de resíduos por ano — 30% de todos os resíduos sólidos urbanos do país — e o sistema construtivo escolhido impacta diretamente esses números. O consumo de água merece destaque especial. No Steel Frame, a água é utilizada apenas na fundação (radier) e na limpeza final, totalizando cerca de 5 litros por m². Na alvenaria, o preparo de concreto, argamassas, cura, molhagem de tijolos e revestimentos consome aproximadamente 500 litros por m² — uma diferença de 100 vezes. Embora a produção de aço seja intensiva em carbono, três fatores compensam: o aço pode conter até 30% de material reciclado na produção; a reciclagem do aço reduz 90% da energia necessária para nova produção; e ao fim da vida útil, 100% do aço pode ser reciclado sem perda de propriedades.

Índices de Sustentabilidade (0-100)

Desempenho Térmico e Acústico

O desempenho térmico e acústico é frequentemente questionado no Steel Frame, mas os dados técnicos conforme a NBR 15575 revelam resultados surpreendentes. O Steel Frame apresenta transmitância térmica 4 a 7 vezes menor que a alvenaria, sendo significativamente mais isolante. A NBR 15575 exige transmitância máxima de 2,50 W/m²K nas zonas bioclimáticas 1 e 2, e 3,70 W/m²K nas zonas 3 a 8 — o Steel Frame atende todas as zonas com folga expressiva. Porém, há uma ressalva técnica importante. A capacidade térmica do Steel Frame (35-80 kJ/m²K) não atende ao requisito de 130 kJ/m²K exigido nas zonas 1 a 7 pelo método simplificado da NBR 15575, necessitando avaliação por simulação computacional. O Steel Frame com configuração adequada atinge níveis de isolamento acústico superiores à alvenaria convencional. O sistema massa-mola-massa, com cavidades preenchidas por lã de vidro ou rocha, oferece desempenho configurável conforme a necessidade do projeto.

Durabilidade e Vida Útil

A durabilidade é o principal ponto de questionamento sobre o Steel Frame no Brasil. Os dados técnicos e históricos desfazem preocupações infundadas. Ambos os sistemas atendem às exigências normativas quando corretamente executados. No caso do Steel Frame, o aço galvanizado com revestimento Z275 (275g/m² de zinco) oferece proteção comprovada contra corrosão. Casas construídas em Steel Frame nos Estados Unidos desde 1933 permanecem habitáveis, demonstrando vida útil superior a 90 anos. Algumas fontes técnicas indicam durabilidade potencial de 100 a 300 anos com manutenção adequada. Os riscos do Steel Frame concentram-se em má instalação de membranas hidrófugas, pontes térmicas nos perfis (minimizáveis com ruptores) e qualidade inadequada da galvanização. Na alvenaria, problemas mais frequentes incluem fissuras por variação térmica, trincas por recalque de fundação, infiltrações por falha de impermeabilização, e rachaduras estruturais.

Flexibilidade e Reformas

O Steel Frame oferece vantagens significativas em reformas. As placas de gesso podem ser removidas e recolocadas sem quebra-quebra, gerando resíduos mínimos. Os perfis possuem furações pré-determinadas para tubulações, e as instalações são feitas antes do fechamento das paredes. Sistemas como PEX (tubulação flexível) facilitam manutenções futuras. Na alvenaria, alterações em instalações embutidas exigem quebra de paredes, geração de entulho e retrabalho significativo. Reformas são mais invasivas e custosas. O Steel Frame aceita qualquer acabamento externo e interno: pedra, porcelanato, madeira, pintura, EIFS. A precisão industrial dos perfis resulta em paredes perfeitamente alinhadas, reduzindo retrabalho e desperdício em etapas subsequentes.

Segurança e Resistência Estrutural

O Steel Frame, quando corretamente especificado, atende aos requisitos da NBR 14432. Sistemas com placas RF (Resistentes ao Fogo) contendo fibra de vidro, combinadas com lã de rocha, atingem até 120 minutos de resistência. O aço perde resistência mecânica acima de 500°C, mas a proteção proporcionada pelas placas de gesso (que contêm moléculas de água absorvedoras de calor) compensa esta característica. A alvenaria, com materiais incombustíveis (cerâmica, concreto), oferece excelente comportamento ao fogo naturalmente. Paredes de 14cm tipicamente atendem 30-60 minutos sem proteção adicional. O Steel Frame é projetado conforme a NBR 16970 e NBR 6123 (forças devidas ao vento), com contraventamento por fitas de aço galvanizado e placas OSB. A estrutura distribui cargas em maior número de painéis, oferecendo comportamento eficiente sob cargas dinâmicas.

Aceitação de Mercado e Valorização

A alvenaria convencional domina 88,2% das construções habitacionais brasileiras, segundo dados PNAD/IBGE — mais de 62 milhões de domicílios. O Steel Frame representa menos de 5% do mercado, mas cresce aceleradamente. A produção de perfis galvanizados cresceu 27,7% em 2023, e o faturamento do setor alcançou R$ 1,38 bilhão em 2022. Pesquisa da Espaço Smart revela o perfil típico do comprador: 77% homens, idade entre 35-55 anos (65%), renda mensal acima de R$ 20.000 (62%), gasto médio de R$ 1,2 milhão em imóvel de 250m². Os principais motivadores são agilidade (35%) e sustentabilidade (51% consideram extremamente relevante). Casas em Steel Frame tendem a apresentar valorização igual ou superior às de alvenaria por oferecerem garantias documentadas, ausência de fissuras e umidade, facilidade para reformas e melhor conforto térmico e acústico.

Participação de Mercado Brasil (%)

Disponibilidade Regional e Logística

O Steel Frame está concentrado nas regiões Sul e Sudeste, com maior presença em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A rede de distribuidores se expande: a Gypsum/Etex possui mais de 500 distribuidores em todo o Brasil, e redes como Steel Home alcançam o Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Nordeste, poucos fornecedores fazem o frete encarecer significativamente o material. No interior, a logística dificulta acesso a materiais especializados e mão de obra qualificada é escassa. A principal barreira para expansão do Steel Frame é a escassez de profissionais qualificados. A alvenaria, em contraste, conta com materiais disponíveis em qualquer loja de construção e pedreiros em todas as cidades brasileiras.

Guia Prático de Decisão

A decisão entre Steel Frame e Alvenaria deve considerar múltiplos fatores específicos de cada projeto. Não existe sistema universalmente superior — cada opção atende melhor a diferentes prioridades, contextos regionais, orçamentos e prazos. A análise a seguir apresenta cenários típicos onde cada sistema demonstra vantagens competitivas claras.

Qual sistema construtivo escolher?

Prazo de entrega é crítico (< 6 meses)

Recomendação: Steel Frame

Steel Frame reduz prazo em 50-70%, ideal para projetos com deadline apertado ou necessidade de mudança urgente

Orçamento limitado e prazo flexível

Recomendação: Alvenaria

Alvenaria tem menor custo inicial (R$ 2.500-3.500/m²), ideal quando prazo não é prioridade e orçamento é restrito

Sustentabilidade é prioridade

Recomendação: Steel Frame

Steel Frame: 90% menos água, 95% menos resíduos, 100% de materiais recicláveis. Elegível para certificações LEED e Casa Azul

Interior do Brasil, poucos fornecedores LSF

Recomendação: Alvenaria

Alvenaria tem disponibilidade universal e mão de obra em todas as regiões. Steel Frame concentrado em Sul/Sudeste

Terreno com solo frágil ou difícil acesso

Recomendação: Steel Frame

Estrutura 5x mais leve reduz carga em fundações (economia de 30-75%). Material mais leve facilita transporte em áreas remotas

Projeto acima de 5 pavimentos

Recomendação: Alvenaria

LSF limitado a 5-7 andares em construções residenciais. Alvenaria com estrutura de concreto suporta ilimitado

Prioridade: conforto térmico e acústico

Recomendação: Steel Frame

LSF: transmitância térmica 4-7x melhor (0,63 vs 2,5-3,7 W/m²K), isolamento acústico configurável 47-65 dB vs 41-48 dB

Conclusão

A comparação entre Steel Frame e Alvenaria revela que ambos os sistemas possuem méritos técnicos comprovados — e limitações específicas. O Steel Frame oferece vantagens mensuráveis em velocidade (50-70% mais rápido), sustentabilidade (90% menos água, 1% de desperdício) e desempenho térmico (4-7 vezes melhor isolamento). A Alvenaria oferece menor custo inicial, disponibilidade universal no território brasileiro e aceitação cultural consolidada. O mercado brasileiro caminha para um futuro de maior diversificação. O crescimento de 27,7% em 2023 e a normatização pela ABNT NBR 16970 indicam que o Steel Frame deixou de ser alternativa experimental para se tornar opção mainstream em segmentos específicos. Para o construtor ou proprietário que busca a decisão ideal, a resposta não está em qual sistema é 'melhor', mas em qual sistema melhor atende às prioridades específicas do projeto: se tempo, sustentabilidade e conforto são prioritários, o Steel Frame se destaca; se custo inicial, flexibilidade durante a obra e disponibilidade regional são determinantes, a Alvenaria permanece competitiva. O comparativo definitivo, portanto, não elege um vencedor — mas capacita o leitor a tomar uma decisão informada, baseada em dados concretos e não em mitos ou preferências culturais.

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