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Steel Frame: a revolução sustentável que está transformando a construção brasileira
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Meio Ambiente

Steel Frame: a revolução sustentável que está transformando a construção brasileira

99% menos água, 85% menos resíduos e 7× menos CO₂: os números que comprovam o impacto ambiental positivo

Equipe Berkahn15 de janeiro de 202518 min de leitura

Introdução

O Steel Frame emite 7 vezes menos CO₂, consome 99% menos água e gera 85% menos resíduos que a construção convencional em alvenaria. Este sistema construtivo industrializado, que já domina 95% das edificações no Reino Unido e cresce aceleradamente no Brasil (82,8% entre 2019 e 2022), representa uma das alternativas mais viáveis para enfrentar os desafios ambientais do setor da construção civil — responsável por 16% do consumo mundial de água e 60% dos resíduos sólidos urbanos no país. Para construtores, engenheiros e futuros proprietários, entender os benefícios tangíveis dessa tecnologia tornou-se essencial não apenas por consciência ambiental, mas pela crescente exigência de certificações verdes e pela busca por maior eficiência financeira e operacional.

Principais Indicadores

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Menos CO₂

15,39 vs 108,12 kg/m²

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Economia de água

5 L/m² vs 500 L/m²

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Redução de resíduos

estudo UFPR

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Reciclável

aço infinitamente reciclável

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Economia energética

em climatização

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Redução de prazo

menos impacto urbano

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Edifícios LEED

certificados no Brasil

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Crescimento

mercado sustentável LSF

Desperdício quase zero muda a equação do canteiro de obras

O impacto mais imediato e visível do Steel Frame está na drástica redução de resíduos. Enquanto a construção convencional em alvenaria desperdiça entre 20% e 25% dos materiais — o equivalente a uma casa inteira ir para o lixo a cada quatro construídas — o sistema industrializado em aço mantém perdas de apenas 1%, podendo chegar a zero em projetos bem executados. Segundo dados do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), a precisão milimétrica dos perfis de aço galvanizado, cortados e perfurados em fábrica, elimina praticamente qualquer necessidade de ajuste no canteiro. Isso contrasta fortemente com a realidade brasileira: o país gera 48 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição por ano, conforme dados da ABRELPE e Embrapa, representando 227 kg de entulho por habitante anualmente. Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Paraná em Ponta Grossa comprovou a magnitude dessa diferença: analisando uma mesma edificação residencial, o sistema LSF (Light Steel Framing) gerou 5,51 toneladas de resíduos (12,93% do peso total), contra 35,84 toneladas que seriam produzidas em alvenaria convencional (31,38%). A diferença representa uma redução de 85% no volume de entulho. A reciclabilidade completa o ciclo virtuoso. O aço é 100% reciclável infinitamente sem perda de propriedades mecânicas — característica única entre os materiais estruturais. A taxa global de reciclagem do aço atinge 87%, segundo a World Steel Association, sendo o material mais reciclado do mundo. No Brasil, cada tonelada de sucata reintroduzida na cadeia produtiva evita a extração de 1.140 kg de minério de ferro, 600 kg de carvão e 50 kg de calcário.

A construção seca economiza milhares de litros de água

A diferença no consumo de água entre os dois sistemas é extraordinária e frequentemente subestimada. A construção convencional em alvenaria consome entre 200 e 500 litros de água por metro quadrado — uma casa de 100 m² demanda aproximadamente 50.000 litros apenas durante a obra. O Steel Frame, por ser um sistema de construção seca, reduz esse consumo para cerca de 5 litros por metro quadrado, utilizados apenas na fundação radier e limpeza final. Essa economia de 96% a 99% no consumo de água ganha ainda mais relevância quando consideramos que o setor da construção civil brasileiro utiliza 21% de toda a água tratada no país, segundo o US Green Building Council. O professor Arturo Dubravcic Alaiza, em estudo técnico citado pela Barbieri, demonstrou que 85% do consumo total de água em obras convencionais está associado a processos que podem ser completamente eliminados com sistemas secos: preparo de concreto, argamassas, gesso, irrigação de caixarias e cura de elementos estruturais. O conceito de construção a seco versus construção úmida ilustra bem a transformação. Na alvenaria tradicional, a água é componente essencial em praticamente todas as etapas — do concreto armado ao reboco final. No Steel Frame, a estrutura metálica não requer água, o isolamento térmico é aplicado a seco, e os fechamentos em placas cimentícias ou drywall dispensam processos úmidos. O resultado é um canteiro mais limpo, sem formação de lama, e uma obra que não depende de condições climáticas favoráveis para avançar.

Eficiência energética que se paga ao longo de décadas

O desempenho térmico do Steel Frame representa uma vantagem competitiva tanto ambiental quanto econômica. O sistema multicamadas — composto por placas de fechamento, câmaras de ar, membranas e isolantes térmicos inseridos nas cavidades dos perfis — pode atingir valores de transmitância térmica (U) entre 0,50 e 1,50 W/(m²K), significativamente inferiores aos 2,48 a 3,00 W/(m²K) típicos da alvenaria convencional. Na prática, edificações em Steel Frame bem projetadas proporcionam economia de 30% a 40% no consumo de energia para climatização ao longo de sua vida útil. Os isolantes mais utilizados — lã de vidro, lã de rocha, EPS e lã de PET — apresentam condutividade térmica entre 0,028 e 0,045 W/(m.K), criando uma barreira eficiente contra trocas de calor. A NBR 15575, que estabelece os requisitos de desempenho para edificações habitacionais, define parâmetros que o Steel Frame atende com folga quando adequadamente especificado. Para os proprietários, isso significa contas de energia elétrica substancialmente menores. Em regiões de clima extremo — seja o frio do Sul ou o calor do Nordeste brasileiro — a economia em ar-condicionado e aquecimento pode representar milhares de reais ao longo dos anos, compensando rapidamente qualquer diferença no investimento inicial.

A pegada de carbono favorece decisivamente o sistema industrializado

As emissões de CO₂ constituem talvez o argumento ambiental mais contundente a favor do Steel Frame. O estudo da Universidade Federal do Paraná revelou números impressionantes: enquanto uma edificação em Steel Frame emite 15,39 kg de CO₂ por metro quadrado, a mesma construção em alvenaria convencional emitiria 108,12 kg/m² — uma diferença de aproximadamente 7 vezes. É verdade que a produção de aço é intensiva em carbono: a média global situa-se em 2,18 toneladas de CO₂ por tonelada de aço produzido, segundo a World Steel Association. Porém, o Brasil apresenta vantagens competitivas significativas nesse aspecto. A Gerdau, líder nacional, opera com emissões de apenas 0,84 t CO₂/t aço — 58% abaixo da média mundial — graças a um modelo baseado em 70% de reciclagem de sucata e investimentos em energia renovável. A Aço Verde do Brasil (AVB) alcança níveis ainda menores: 0,2 t CO₂/t aço, utilizando carvão vegetal de florestas plantadas de eucalipto. A análise de ciclo de vida completa (cradle-to-grave) favorece ainda mais o Steel Frame. Embora o aço tenha maior energia incorporada inicial, a combinação de reciclabilidade total, menor desperdício na construção e superior eficiência energética na operação inverte a equação ao longo de décadas de uso. Estudos da Universidade de Brasília e PUC-Campinas demonstram que edificações em LSF apresentam 15% a 30% menos emissões totais no ciclo de vida completo.

Obras três vezes mais rápidas reduzem impacto urbano

A velocidade de construção do Steel Frame impressiona: reduções de 50% a 60% no tempo total de obra são rotineiramente alcançadas, com casos documentados de casas entregues em 58 dias e edificações maiores executadas em metade do prazo convencional. O Colégio Wings, com 2.400 m², foi concluído em um ano — em alvenaria, levaria mais de dois. Essa aceleração decorre de múltiplos fatores: perfis chegam ao canteiro pré-cortados e perfurados, prontos para montagem; a construção seca elimina tempos de cura e secagem; instalações elétricas e hidráulicas passam pelos vazios dos perfis sem quebra-quebra; múltiplas etapas podem ocorrer simultaneamente; a obra não para por condições climáticas adversas. Para a vizinhança, os benefícios são tangíveis: menor duração do incômodo, redução drástica de poeira (ausência de argamassa, cal e cimento em processos úmidos), menor ruído (sem betoneiras e com uso predominante de parafusadeiras) e tráfego reduzido de caminhões transportando areia, brita e caçambas de entulho. O canteiro do Steel Frame assemelha-se mais a uma linha de montagem industrial do que ao cenário caótico tradicionalmente associado a obras civis.

Certificações verdes tornam-se mais acessíveis

O Steel Frame facilita significativamente a obtenção das principais certificações ambientais reconhecidas no mercado brasileiro. O Brasil ocupa a 5ª posição mundial em certificações LEED (fora os EUA), com mais de 641 edifícios certificados e 50 milhões de m² em processo de avaliação. Para a certificação LEED, o sistema construtivo contribui diretamente em categorias como Materiais e Recursos (aço 100% reciclável, redução de 30% no desperdício), Eficiência Hídrica (economia de até 90%), Energia e Atmosfera (desempenho térmico superior) e Qualidade Ambiental Interna (construção seca com menor contaminação). Projetos certificados no Brasil alcançam médias de 25% de economia em energia, 40% a 60% em água e 65% de redução em resíduos. A certificação AQUA-HQE, operada pela Fundação Vanzolini desde 2008, já certificou 378 projetos em 15 estados, totalizando mais de 14 milhões de m². O Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal — primeiro sistema brasileiro de classificação habitacional sustentável — certificou 463 empreendimentos desde 2009 e oferece benefícios financeiros concretos: descontos de 0,25% a 1% nas taxas de juros para compradores e 0,25% para construtoras. Cases como o Centro de Distribuição Coca-Cola Caju (RJ), que alcançou certificação LEED Platinum figurando entre os 6% de edifícios com melhor desempenho ambiental do mundo, demonstram o potencial máximo quando Steel Frame e práticas sustentáveis são integrados desde o projeto.

Durabilidade centenária desmistifica preconceitos

A vida útil das estruturas em Steel Frame situa-se entre 50 e 100 anos, podendo superar esse patamar com manutenção adequada. Exemplos históricos comprovam a longevidade: a Torre Eiffel (1889) completou 130 anos, a Brooklyn Bridge (1883) permanece em uso após 140 anos, e 39 edifícios com estrutura de aço sobreviveram ao devastador terremoto de San Francisco em 1906 — muitos ainda existem. O aço galvanizado utilizado no Steel Frame brasileiro segue especificações rigorosas. O revestimento G90, padrão para perfis estruturais, oferece proteção estimada de 200 anos em ambientes internos controlados e mais de 50 anos em exposição atmosférica normal. Segundo a Steel Framing Industry Association americana, até em ambientes costeiros agressivos, construções adequadamente executadas podem alcançar séculos de durabilidade. A resistência a pragas constitui vantagem absoluta: o aço é 100% imune a cupins, roedores e insetos — um diferencial crucial no Brasil, onde esses organismos causam prejuízos bilionários anualmente. Não há necessidade de tratamentos com pesticidas ou preservativos. Quanto à resistência ao fogo, os sistemas em Steel Frame podem alcançar classificações de até 4 horas de resistência, e o material não é combustível, ajudando a conter incêndios no local de origem. O desempenho sísmico e frente a ventos fortes é igualmente superior: estruturas de aço são 60% a 70% mais leves que equivalentes em concreto, mas 10 vezes mais fortes, com razão força-peso 7 vezes maior que a madeira. A ductilidade do aço permite deformação sem ruptura, absorvendo energia de eventos extremos — característica que explica a adoção massiva no Japão, Chile e outras regiões sísmicas.

Um mercado em expansão acelerada no Brasil

O mercado brasileiro de Steel Frame atravessa período de crescimento expressivo, embora partindo de base reduzida. Os dados da ABCEM e CBCA revelam expansão de 82,8% no volume de vendas de perfis entre 2019 e 2022, com 27,7% de crescimento adicional em 2023. O setor da construção em aço faturou R$ 14,3 bilhões em 2021 — mais que o triplo de 2017 — gerando 31.300 empregos diretos. Internacionalmente, o contraste é revelador. No Reino Unido, estruturas de aço dominam 95% das edificações de um pavimento e 70% das multipavimentos. Na Ásia-Pacífico, o sistema representa 45% do mercado global. Nos Estados Unidos, embora a madeira predomine no residencial (93%), o Steel Frame domina 90% das construções industriais. O Brasil, com estimados menos de 3% de adoção, possui imenso potencial de crescimento. As barreiras à expansão são conhecidas: resistência cultural do setor conservador, escassez de mão de obra qualificada, falta de incentivos governamentais específicos e predominância histórica da alvenaria. Porém, a publicação da NBR 16970 em 2022 — norma técnica específica para Light Steel Framing — removeu obstáculos regulatórios importantes, permitindo inclusive financiamento pela Caixa Econômica Federal. O Grupo Innova Steel exemplifica o dinamismo do setor: a empresa registrou 117% de crescimento entre agosto de 2023 e 2024, com duas fábricas produzindo 7 milhões de m² de placas e planos de expansão para uma terceira unidade. A feira Construlev Expo, realizada pela primeira vez em 2025 com mais de 5.300 visitantes, consolidou-se como principal evento do segmento, com segunda edição já programada para outubro de 2026.

Conclusão: sustentabilidade com viabilidade econômica

O Steel Frame não é apenas uma alternativa sustentável — é um sistema construtivo que reconcilia responsabilidade ambiental com eficiência econômica. A soma de benefícios mensuráveis — 99% menos água, 85% menos resíduos, 7 vezes menos emissões de CO₂, 60% menos tempo de obra, 40% de economia em climatização, durabilidade centenária e reciclabilidade total — configura proposta de valor difícil de contestar. Para construtores e engenheiros, a tecnologia oferece canteiros mais limpos, prazos previsíveis e acesso facilitado a certificações verdes cada vez mais demandadas pelo mercado. Para compradores e investidores, representa menor custo operacional de longo prazo, maior valorização imobiliária associada a certificações ambientais e contribuição tangível para um futuro mais sustentável. O déficit habitacional brasileiro de mais de 7 milhões de moradias demanda soluções que combinem escala, velocidade e sustentabilidade. O Steel Frame, com seu histórico comprovado em dezenas de países e crescimento acelerado no Brasil, posiciona-se como resposta viável a esse desafio civilizatório. A pergunta deixou de ser se o Brasil adotará essa tecnologia em larga escala, mas quando — e as evidências sugerem que esse momento se aproxima rapidamente.

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